O Instituto Cultural Santos=Dumont (ICS=D) é uma associação civil, sem fins lucrativos, idealizada em 2002 por Marcos Villares e Henrique Lins de Barros. Villares é sobrinho-bisneto de Santos=Dumont, enquanto Lins de Barros é um físico, biofísico, escritor, divulgador científico, músico e o maior biógrafo de Santos=Dumont. A ideia de fundar o instituto surgiu da vontade de preservar e divulgar a memória de Santos=Dumont, assim como a história da aviação e de seus pioneiros.

Os objetivos do ICS=D incluem promover a preservação e divulgação da memória de Santos=Dumont, desenvolver projetos que promovam o ensino de ciências para alunos do ensino fundamental e médio, constituir um centro de documentação e informação para preservar e divulgar acervos históricos relacionados à história da aviação, realizar o levantamento e o inventário da obra de Santos=Dumont e dos pioneiros brasileiros da navegação aérea, além de desenvolver e executar projetos culturais e artísticos.

A história do ICS=D também está ligada a um evento específico: o lançamento do livro “Uma Alegria Selvagem” de Bia Hetzel, em 2002, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Durante esse evento, Marcos Villares conheceu diversos editores, incluindo Fortunato, um piloto da FAB que tinha um livro de caricaturas de Santos=Dumont. Durante a conversa com representantes da editora Adler, surgiu a oportunidade de criar o logo para o Instituto, o que acabou sendo aceito por Villares após alguma hesitação inicial.

Assim, o ICSD foi fundado com o propósito de preservar a memória de Alberto Santos=Dumont e promover o ensino de ciências, especialmente para crianças.

A história do instituto reflete o esforço de pessoas comprometidas em manter vivo o legado do “Pai da Aviação” e em incentivar a educação científica no Brasil.

O Instituto Cultural Santos=Dumont tem suas origens em encontros familiares que remontam aos anos 50, iniciados por Guilherme Dumont, filho de Virgínia, num sítio dos arredores do Morumbi, na estrada de Itapecerica da Serra, em São Paulo. Essas reuniões periódicas foram crescendo ao longo dos anos, tornando-se um espaço para compartilhar histórias e memórias sobre o ilustre aviador.

O interesse de Marcos Villares, sobrinho bisneto de Santos=Dumont, pela história do aviador cresceu após participar desses encontros. Sua imersão na vida e obra de Santos=Dumont se intensificou durante uma reunião familiar nos anos 70, onde o tio de Marcos, mencionou Sofia Helena, uma guardiã de um rico acervo de documentos e fotos.
Em 1996 ou 1997, Marcos teve a oportunidade de conhecer Sofia Helena e seu valioso acervo. Após a visita, ele percebeu a importância desses documentos para preservar a memória do aviador. Tentou então organizar a digitalização do material em parceria com a Kodak. No entanto, devido à relutância de Sofia em mover os documentos do apartamento, o plano não se concretizou. Passado algum tempo, esse acervo foi doado para o INCAER no rio de Janeiro, próximo ao Aeroporto Santos=Dumont.

Marcos compareceu à cerimônia de doação do material para o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), onde se comprometeu ainda mais com o legado de Santos=Dumont. Sofia faleceu em 2004. Durante uma conversa com Henrique Lins de Barros, outro entusiasta da história do aviador e membro da família, surgiu a idéia de criar uma organização para preservar e promover esse legado.

Marcos Villares já guardava um artigo da revista “Ciência Hoje” há algum tempo. Ao reler o artigo, ele notou um erro no sobrenome de um membro da família mencionado no texto. Decidiu então entrar em contato com o autor do artigo, Henrique Lins de Barros, para solicitar a correção do erro. Essa iniciativa levou à criação de um vínculo entre Marcos e Henrique. Durante uma conversa posterior em 2006, Marcos e Henrique discutiram sobre a admiração de ambos por Santos=Dumont, e foi nesse contexto que Marcos sugeriu a ideia de homenagear o aviador criando uma instituição. A partir dessa conversa, eles começaram a elaborar os planos para fundar o Instituto Cultural Santos=Dumont, com Marcos escrevendo parte do estatuto e Henrique contribuindo com a outra metade, além de definir os objetivos da organização.

O Instituto Cultural Santos=Dumont foi oficialmente fundado em 2003.